Dia a Dia na Av Rio Branco

Voltei a trabalhar no centro do Rio em 2012, mais de 10 anos depois e de trabalhar em São Paulo, Ipanema, Barra,Pavuna fora as temporadas a trabalho fora do país.
Não mudou muito, antigos restaurantes ainda estão lá, mas os tipos presentes nas calçadas são novos .
Como a turma que veste coletes da Unicef ou do Médicos Sem Fronteiras. A abordagem é sempre a mesma, rapazes e moças a estender a mão e dizendo "Oi , tudo bom ". Muitas vezes ficam com a mão estendida,outras vezes ganham um aperto de mão e um oi em resposta, poucos são os que param. Já parei para ouvir, fiz mais perguntas do que respondi, trabalham para empresa que se propõe a angariar contribuições para os programas das organizações.
Adotei depois a tática de evitar contato visual, assim consigo passar direto.
Uma vez uma moça mais insistente chegou a parar em frente a mim, respondi em francês que não falava português, ela me respondeu em inglês, continuei em francês e ela me deixou seguir . Ao ver a logomarca da empresa em minha mochila ainda disse "Ei você é brasileiro " , não pude deixar de sorrir e olhar para trás, ela sorria também.
Outro grupo, este perigoso, é de adolescentes que atacam em grupo, como uma matilha de lobos, para roubar. Correm a avenida todos os dias, sempre agindo da mesma forma. Todos os veem,acredito apenas que o comando do batalhão da polícia militar da região não os deve ver.
Escolhem quase sempre uma mulher, ou pessoa sozinha e aí tomam bolsa, celulares, cordões, carteiras e saem correndo.
Interessante é a presença atenta da guarda municipal em busca daqueles que jogam lixo no chão para os multar. Acho correta a iniciativa mas deixar o bando atacar sem reação não me parece postura apropriada .
Os camelôs vendendo chocolates, balas,capas de celular são outra presença constante . O do "Poleguinho é 2 hein " merecia ter seu slogan gravado .
Pessoas pedindo ajuda são outro tipo comum.
Fui certa vez no caminho para a Candido Mendes abordado por uma senhora acompanhada de uma adolescente. Dizia que tinha passado o dia no Hospital dos Servidores, com a filha em crise renal pela presença de cálculos. Pedia ajuda para pegar o ônibus de volta para Magé onde morava.
Perguntei qual o custo da passagem ?
Iriam gastar 4,75 cada uma.
Dei dez reais e segui meu caminho após lhe desejar boa sorte.
Passam-se dois meses e quem aparece novamente em meu caminho ?
A abordagem é a mesma, crise renal da menina, etc.
Desta vez digo-lhe :
- Minha senhora, há dois meses atrás a senhora me disse a mesma coisa e lhe dei dez reais . Esta menina deve ter a mais longa crise renal da história . Vou levar este caso agora para um amigo médico , por favor me acompanhe .
Ela agarrou a menina pelo braço e saíram correndo depois de me xingar.
Segui contente, é bom estar de volta,




 

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