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Mostrando postagens de junho, 2008

Falando Devagar

Muita gente , notadamente pessoas simples, pensa que se falar devagar , quase que soletrando , se torna compreensível para quem não fala português . Estava em Salvador , no restaurante do hotel na Barra , em um domingo em 1987 quando vi exemplo disto. Durante aquele período passava 3 semanas em Salvador e uma no Rio , para acompanhamento da instalação da área de sistemas na fábrica. Em uma mesa próxima a mim notei um casal e 2 crianças pequenas , de 3 a 4 anos de idade . Cabelos loiros , quase brancos , olhos azuis , a pele muito branca indicavam ser estrangeiros . A presença à mesa do casal com as crianças me trouxe mais saudade de minha família , almoçava sozinho naquele domingo . Algumas frases soltas ditas pelo casal às crianças me chegavam , deduzi serem turistas de algum dos países nórdicos já que o que falavam não era inglês , alemão , francês , nem possuía característica das línguas eslavas. Estava eu neste estado de observação quando adentra o salão a baiana com o carrinh

Interpretando obras de arte

Estávamos fazendo a apresentação do projeto automação de lojas ,no início dos anos 90 , para os participantes da convenção anual da rede de lojas onde trabalhávamos . A convenção acontecia nas salas do já extinto Hotel Nacional , em São Conrado , Rio de Janeiro . Na parte da tarde , após o almoço , a primeira apresentação ocorria somente às 15 horas , ficávamos portanto fazendo hora e flanando pelo Hotel . Descobrimos assim que próximo ao lobby do hotel acontecia ,naquela semana, uma exposição de obras de arte , esculturas e quadros de diversos artistas. Para lá nos dirigimos , eu e Paulo , para conhecer e observar as obras e matar o tempo . Paulo , analista de organização e métodos , vestia-se em padrão do típico yuppie . Dono de excelente bagagem cultural , discorria com facilidade sobre qualquer tema. Na entrada da exposição a primeira peça que vimos foi uma representação em granito de um Dom Quixote , lança em punho , sem a presença dos moinhos de vento . Brincando , e provocando

Tomada de Decisão

Jornais e revistas de negócio volta e meia noticiam vendas , fusões , aquisições de empresas , algumas com valor de centenas de milhões de dólares . Sempre tive curiosidade para saber como um destes processos se havia iniciado , qual tinha sido a ideía percursora do projeto , quem tinha feito a primeira reflexão . Testemunhei que uma frase dita numa reunião de foco distinto pode disparar uma destas ações. Estava acompanhando uma reunião em uma das lojas de uma grande rede , em que se apresentava qual os perfis dos clientes desta empresa . Os perfis obtidos eram resultado de longo trabalho de pesquisa e ajudariam a determinar ações estratégicas da empresa como nível de serviço , sortimento das lojas , preços , etc . A reunião ocorria com a presença dos diretores executivos da rede e de J.P.L. J.P.L é um dos maiores empreendedores do país , seu grupo é conhecido por ações de desenvolvimento de estratégias de sucesso , com forte base de desenvolvimento de talentos e meritocracia. Apenas o

Mendigo Poliglota

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Nós estávamos em Montreal para conhecer e avaliar uma solução de software para registro de vendas , a ser utilizada nas lojas da Europa e Estados Unidos. Havíamos chegado em um domingo a tarde, tinhamos andado pela cidade, já conhecendo o percurso de 3 quarteirões que nos separava do hotel até o escritório do fornecedor que iríamos encontrar. Parados em uma esquina, aguardando o sinal de pedestres , fomos abordados inicialmente em francês por um senhor que vestia uma camisa pólo branca, bermuda cáqui e tênis brancos. Utilizei o conjunto de palavras em francês que sempre me ajudam nesta situação: - Perdão , não falo francês , o senhor fala inglês ? Ante esta resposta o cidadão iniciou discurso em inglês em que pedia desculpas pela abordagem, vivia situação difícil, nos pedia um dólar , mas que ficássemos certos de que não era para consumo de álcool ou drogas. Medina e Rogério são mãos de vaca profissionais . Desconfio mesmo que só andam de metrô ou trem pois assim não tem que abrir a mã

Esse menino promete

Guilherme é o filho de Luciano e Adriana. Luciano, advogado e professor universitário é primo de Leila, foi nosso pajem no casamento. Na energia própria de sua pequena idade, 2 anos, corria pelo play de um prédio onde acontecia um almoço de aniversário de amigos de seu pai . Seu principal interesse eram um grupo de meninas de 6 a 8 anos que com ele brincavam. O pai sempre atrás, acompanhando a correria , sentiu o cansaço e em determinado momento levou o filho para uma mesa, buscando um intervalo para descanso. Não satisfeito com a pausa Guilherme perguntou ao pai : - Onde estão as meninas ? Querendo mais um tempo, Luciano tentou distraí-lo : - Elas foram ao banheiro Gui , já voltam . Um minuto depois vira-se Guilherme para o pai : - Pai, meu nariz , tá sujo . Sem olhar, Luciano pede a Adriana um paninho , daqueles que toda mãe de criança pequena carrega. Ao observar percebe que foi enganado. - Gui , seu nariz tá limpo ! - Paninho não Pai , quero ir ao banheiro .

Piano e balé

Eu estava em Arembepe , no recém montado Centro de Processamento de Dados da fábrica . Sim , a Área ou o Departamento de Tecnologia da Informação já foi Centro de Processamento de Dados . O telefone tocou e do outro lado da linha estava Jovelina , assistente do CPD-Rio, às gargalhadas : - Ely , eu não sabia que você fazia aulas de piano e balé . - Não entendi . - Acabou de ligar um sujeito , com voz toda melosa , dizendo que era seu professor de piano e balé , pediu para você não esquecer de buscar sua malha e sapatilhas. Expliquei que você estava viajando a trabalho , respondeu que assim você não poderia ter o papel da borboleta na peça que estão ensaiando. Gosto de música clássica mas minha habilidade ao piano ou qualquer outro instrumento musical é zero. Parei 1 segundo para pensar e o nome do culpado me apareceu rapidamente . Só podia ser Márcio , grande amigo , compadre , e fora do trabalho um palhaço enorme . Estava dando o troco de outra brincadeira que havia lhe preparado . Agu

Pequenas Mentiras

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Algumas pequenas mentiras ouvidas aqui e ali são por vezes engraçadas, por sempre exagerar na possibilidade de alguém acreditar. Como a que ouvi contada por um caminhoneiro para outro em um posto da Dutra onde havia parado para um café e abastecimento : - Rapaz , a curva era tão fechada mas tão fechada que conseguia pelo espelho lateral ver a minha placa traseira ..... Ou como as produzidas na conversa entre dois  sujeitos , em um bar em Bela Vista ( MS), cada um a contar vantagens de seu próprio cão : - Meu cachorro é tão esperto que se você colocar café com leite para ele , é capaz de só beber o leite deixando o café . - Isto não é nada , o meu perdigueiro é tão bom caçador , tão bom , que se ele sai comigo na cabine do carro e passamos por um caminhão da Sadia na estrada ele fica em pé e aponta . A do pescador, no muro da Urca, lançando sua linha com bóia luminosa : - Fui uma vez pescar em um açude no interior ,levado por um amigo,  mas o lugar  tinha tanto pei

Tempero Baiano

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Uma das empresas de varejo onde trabalhei por 12 anos realizava anualmente um encontro de gerentes , sempre no mês de outubro . Era época de alinhamento de estratégias para o melhor período de vendas , treinamento de executivos , reforço de cultura interna e assim por diante durante uma semana . Era oportunidade para encontrar e conhecer in loco pessoas de todo o Brasil , contatadas normalmente por e-mail ou telefone , que para o seminário convergiam . O Fórum comercial do ano 2000 seria realizado em um resort na ilha de Itaparica, Ba , e para lá partiram todos os gerentes da empresa e a diretoria . Num domingo embarcamos Eu , Lula ( o do bem ) , Alex V e demais profissionais lotados na sede do Rio para Salvador em vôo fretado da TAM . Chegando a Salvador embarcamos nos õnibus a nós destinados com direção a estação do ferry boat . Lá chegando , por volta do meio-dia , deveríamos aguardar a chegada dos demais participantes do Fórum que vinham de todo o país . Na estação uma

Carpideira profissional

Celmo , meu cunhado, é uma grande pessoa. Boníssimo por natureza construiu com minha irmã Jussara uma família que muito admiro. Trabalhava ele como assessor da diretoria da EMATER-RJ quando foi designado para uma missão chata. Um funcionário da área administrativa da EMATER , com muito tempo de casa, havia falecido e, em nome da diretoria , deveria Celmo comparecer ao funeral levando a coroa de flores já providenciada. O sepultamento ocorreria no cemitério de Inhaúma às 15 horas, o agora ex-funcionário chamava-se José Carlos , mais nenhuma informação lhe foi dada. Quem deu esta tarefa a Celmo com certeza não sabia que ele se emociona muito facilmente. À primeira lágrima que alguém derrama Celmo acrescenta as suas, tocado de verdade por emoção. Acho que em outra encarnação Celmo deve ter sido carpideira profissional. Pois para Inhaúma Celmo se deslocou levando a coroa de flores devendo um outro colega de empresa lá encontrá-lo. Ao chegar procura as capelas e quando encontra a primeira c

Telefonema Presidencial

Um dos meus grandes amigos é Luiz Alberto . Mas ninguém o chama por Luiz Alberto, o apelido Lula está até no crachá de identificação da empresa onde trabalhamos juntos e nos conhecemos . Amigo e parceiro de bons e maus momentos é também torcedor do Flamengo e sempre vamos juntos ao Maracanã. Estava trabalhando em SP e numa sexta-feira à noite , quase chegando em Congonhas para pegar o vôo para casa, resolvi ainda no táxi ligar para Lula. - E aí companheiro Lula , tudo bem ? Lula me respondeu que sim , tudo em ordem , perguntou-me onde estava . Respondi que estava ainda em SP , mas que estava indo para o Rio . Perguntei-lhe o que ia fazer no final de semana. Respondeu-me que ia trabalhar no sábado , afinal de contas trabalhar em varejo exige dedicação , isto eu já sabia . Acho que o termo que empreguei na resposta motivou a pergunta do taxista na saída . - Isto é que um verdadeiro ministério a serviço . Estou chegando no Aeroporto , te ligo depois . Pago a corrida e peço ao taxista para

Maldade de Escritório

A indústria química onde trabalhei tinha a época 40 % de seu capital controlado pela Bayer AG , os outros 60 % sob controle da Andrade Gutierrez . Como prerrogativa por sua participação no capital a Bayer detinha a indicação da vice-presidência , a diretoria comercial e a diretoria de produção . O presidente a época da Bayer AG no Brasil era o Sr R.L. que também acumulava a vice-presidência da empresa onde eu trabalhava . Figura fácil de se ver na empresa , onde comparecia sempre, era também figura constante nos jornais aparecendo em entrevistas e audiências com o então Ministro Delfum Neto , anunciando investimentos no Brasil , discutindo tarifas , etc . Só que Leonardo não o conhecia . Léo , recém admitido , mensageiro , estava na recepção do 18o andar substituindo Antônio , o porteiro , na hora do almoço naquele dia . Saindo para o almoço abri a porta do andar no mesmo momento em que o elevador parava e dele descia o Sr R.L. . Com um leve aceno de cabeça retribuí o cumprimento do S

Aviso certo , hora errada

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Quem já trabalhou em fábrica sabe que estórias acontecidas em qualquer turno logo se espalham por toda a empresa . A sede administrativa da empresa onde trabalhava era no Rio com fábrica localizada em Arembepe, próxima a Salvador. Era normal portanto a presença de funcionários da sede em Salvador. Orlando Careca era normalmente o motorista da fábrica que buscava os funcionários da sede, hospedados na orla de Salvador, para levar até Arempebe . Pois naquela manhã, no trajeto entre a orla e a fábrica, Orlando não parava de rir . Curioso perguntei o que tinha acontecido e, após respirar fundo, me contou . Na madrugada, durante o turno, um funcionáro do almoxarifado havia passado mal com queda de pressão . Atendido pelo médico de plantão na fábrica recebeu a recomendação e a dispensa para ir para casa,o mais cedo possível,já que seu turno só terminaria as 7 horas . Após as 20 horas mantinha a empresa um esquema de ida e volta de Kombis a Salvador, para transporte de funcionários de hora

Quando se tenta acertar e o pior acontece

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O Internacional ia jogar em Caxias do Sul e, para lá, se deslocou a equipe principal da Gaúcha ( Rádio ) para cobrir o evento . O locutor era conhecido e declarado torcedor do colorado, que tinha como centroavante Claudiomiro, jogador forte, de veloz arranque, de curta passagem depois pelo Flamengo . Pois o jogo seguia amarrado, o placar inalterado, quando a bola é enfiada por Falcão e Claudiomiro parte veloz, ainda do campo de defesa do Inter, em direção ao gol do adversário. A locução foi assim : - Vai Claudiomiro , avança Claudiomiro , vai vibrar o povo colorado , chutou e ....Puta Merda no travessão !!! Percebendo a besteira o locutor se cala e durante alguns segundos nada se ouve . Tentando acertar a situação o comentarista entra no ar :- Senhores ouvintes , desculpem a cagada de nosso colega .

Na fila do Banco

Elisa tinha um pouco mais de 4 anos e me acompanhou até o banco . Dia 10 do mês a fila estendia-se em curvas nas linhas marcadas no chão . A nossa frente o rapaz se desdobrava em trejeitos , coberto de anéis e brincos , unhas pintadas em rosa , a reclamar da demora no atendimento , a suspirar seguidamente em voz fina . Finjo que não presto atenção , a evitar o contato, pois sei que de nada adianta reclamar . Não irá o banco aumentar os pontos de atendimento , o negócio é seguir calmo aguardando a vez . Pois Elisa logo derruba minha pretensão de ficar em silêncio . No seu olhar curioso , a perceber tantas bijuterias , a voz fina e os trejeitos , dispara a pergunta ao rapaz : - Ei , você é menina ou menino ? Uma eternidade se passou e antes que, pudesse pedir desculpas pela pergunta, o rapaz respondeu : - Ai minha lindinha , eu sou menina em corpo de menino . O caixa livre faz com que a fila ande e me livra do embaraço .

Não durma em avião

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Meu pai adorava contar causos e estórias. Algumas mesmo não sei separar se são ficção ou realidade . Pois vinha meu pai ao Rio, partindo de Campo Grande (MS), em vôo que se tinha iniciado em Porto Velho. Ao entrar e se sentar sentiu um forte cheiro de jaca . Curioso olhou ao redor e viu um rapaz, aparência humilde, retirando gomos de jaca de uma sacola de couro . Com o vôo em andamento olha de novo e vê o rapaz a engolir ovos cozidos . A escala é feita em São Paulo e no assento em frente ao rapaz senta-se o típico executivo, terno bem cortado, gravata italiana , sapatos de cromo alemão. Aparentando cansaço o executivo logo cai no sono . Chegando ao Rio , na região da restinga de Marambaia, o avião sacoleja muito . Observando o rapaz humilde meu pai percebe que algo não vai bem. Não precisa de seu treinamento médico para notar que a palidez , o suor a escorrer pela face, indicam que a mistura de ovo, jaca, o lanche no avião , bem batidos pelo sacolejar do vôo produz revolução gástrica .

Presente de Dia das Crianças

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Era tão certo quanto o café na saída do restaurante à quilo na Visconde de Inhaúma, onde nós íamos pelo menos uma vez por semana , encontrá-lo logo após a porta . Pequeno , físico mirrado , roupas simples , quase sempre de short surrado , camiseta e sandálias de dedo , nos abordava na saída oferecendo seus serviços de engraxate ou em caso de negativa nos pedia umas moedas . Nunca engraxava meus sapatos mas sempre lhe destinava as moedas do troco recebido após pagar o almoço . Naquele dia , véspera do dia das crianças , resolvi na hora agir de forma diferente . Quando me abordou lhe perguntei : - Você já almoçou ? A resposta foi sincera e no tom que os humildes sempre empregam . - Não Tio , no final do dia separo um dinheirinho e como um salgado na padaria, antes de ir para casa e levar o dinheiro para minha mãe . Avisei-lhe então que se preparasse pois iríamos entrar de novo no restaurante e ele poderia pedir o que quisesse, tudo por minha conta , sorvete ou qualquer outra sobremesa i

Só fatiado

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Estávamos voltando da praia, em um domingo a tarde, quando Leila me pediu para parar o carro próximo a padaria e comprar queijo e presunto para a pizza da noite . Ao entrar na padaria o cheiro forte e delicioso de bolo de milho me atacou, como acontece nos desenhos animados. A imagem do cheiro flutuando pelo salão e assim me chegando. A imagem de um bule de café cheiroso, pães e bolo me veio com força tornando irresistível a compra . Como um bom sabujo fui atrás do aroma até um balcão onde um Sr estava a retirar um bolo retangular de 60x40 cm da forma. Pensando no café da tarde e cometendo o pecado da gula perguntei ao Sr : - Por favor,qual o preço do bolo inteiro ? A resposta veio com forte sotaque lusitano : - O bolo é vendido a quilo,são X reais o quilo. Pedi-lhe então que pesasse o bolo inteiro que iria levar . Rindo,como estivesse a explicar a um idiota ,o Sr do sotaque  me respondeu : - Não, o Sr não pode levar assim . Sem entender perguntei o porque, a balança não era gran

Diferença de estilo

Há muitos anos atrás a empresa onde trabalhava praticava controle sério e estrito das alterações em sistemas em produção . O que hoje é merecedor de capítulo de atenção nos livros de gestão de TI para nós era prática do dia a dia . Na época atuava como DBA na gerência de suporte a aplicações . Depois da liberação de uma versão de software todos os relatórios ligados a emissão de pedido nas lojas deixaram de ser impressos . Diante dos chamados urgentes no Help Desk , Ivone , então gerente do departamento me pediu para investigar possível falha de infra-estrutura. A primeira coisa que fiz foi olhar a relação de programas do módulo de pedido que haviam sido alterados , que estavam agora em produção , e que imprimiam relatórios . Logo no primeiro programa , olhando o texto fonte , percebi a razão da falha . A chamada da rotina de impressão havia sido marcada como comentário , não sendo portanto executada . O mesmo se repetiu no segundo , no terceiro , no quarto programa quando encerrei o d

Sempre se encontra um brasileiro

Estávamos em Frankfurt em apresentação para a filial da empresa na Alemanha do novo sistema, desenvolvido no Brasil , que iria fazer o controle da gestão logística e de registro de vendas nas lojas . Daniella , responsável pelo módulo de vendas em lojas , havia planejado comprar um sobretudo , aproveitando a enorme diferença de preço em relação ao Brasil , sabendo que seria utilizado já que durante a implantação do sistema , em fevereiro ,estaríamos sofrendo sob o frio do inverno alemão . Na saída do escritório após às 18 horas fomos então a H&M onde esperava Daniella encontrar o que buscava . No segundo piso da loja , abaixo de um cartaz indicando o preço de 39 euros , estavam expostos vários sobretudos femininos em diversos tons de preto e cinza . Feliz pelo achado Dani separou um sobretudo preto e foi experimentar escolhendo também luvas e um cachecol. Andei pela loja e fui encontra-la no caixa onde a vejo com cara amarrada . Pergunto o porque e me responde que ao acompan

Um Vôo Complicado

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Os primeiros anos de minha carreira profissional foram desenvolvidos em uma indústria química, com sede na época no Rio, e fábrica em Arempebe, Bahia . Tinha uma reunião agendada para uma segunda feira de janeiro , logo cedo pela manhã na fábrica , e por isto estava viajando no final da tarde de domingo para Salvador . O domingo tinha sido daqueles de cartão postal de verão carioca , céu azul sem nuvens , praia de águas mornas sem ondas , a lombeira do final do dia me atingindo com força . Planejava marcar um lugar no avião sem companhia ao lado para dormir durante o vôo , chegando em condições de preparar o material para a reunião já no Hotel . No balcão da companhia aérea a primeira surpresa . Apesar de estar com a marcação de confirmação no bilhete expedido pela agência de viagens meu nome não estava na relação de passageiros . O supervisor, atrás do balcão, resolveu a situação dizendo a funcionária para emitir o meu cartão de embarque pois deveria ser problema de comunicaç