Medo em Avião

No almoço de domingo em casa, todos a mesa, meu filho comentou que o sócio no escritório tem verdadeiro pavor de voar.
Acha mesmo que todo vôo em que embarcar terá destino trágico.
Já comentei em outro post um vôo que fiz para Salvador bastante confuso.
Mas lembrei na hora de C.
A loja de departamentos onde trabalhei tinha dois aviões executivos.Um tinha o apelido de Agonia enquanto o o outro era chamado de Aflições.
Pura maldade dos funcionários, o máximo que aconteceu durante o período em que estiveram ativos foi o fato do Agonia engolir um urubu em uma de suas turbinas.
C. era o piloto encarregado dos vôos.Sujeito extremamente divertido, adorava bater papo com os colegas da sede quando encarregado de levá-los , na maioria das vezes, no trecho Rio-SP.
Acontecia quase sempre quando a empresa verificava que mais de 5 funcionários da sede tinham compromissos em SP em uma data.
Assim ficava mais barato um vôo no Agonia ou no Aflições do que a compra de passagens na aviação comercial.
No dia então íamos todos para o Santos Dumont, muito cedo , embarcar em um dos aviões.C. imediatamente reconhecia quem já tinha voado com ele antes e quem era novato.
Comandava o embarque e sempre colocava o novato no único assento próximo a cabine.Nos dias em que não havia diretor da empresa a bordo aprontava o batismo do novato.
Após decolar do Santos Dumont e ganhar altitude após uns 15 minutos de vôo, deixava o avião perder altitude por poucos segundos.
A sensação é a mesma da descida em montanha russa.
Virava-se então para o novato sentado próximo a cabine e perguntava:
- E aí , tudo tranquilo, tudo bem ?  Está com medo?
O novato, ainda se refazendo do susto, sempre dizia:
- Não , tá tudo bem, estou sem medo.
A resposta de C. produzia sempre pânico :
- Ainda bem, porque eu estou com muito medo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O nome da raça

Ser Pai

Entendendo o universo feminino