Provocando Carminha

Fui encontrar na quarta-feira um grupo de amigos de 20 anos, amizade feita durante o período em que trabalhamos juntos.
Estamos todos espalhados por diversas empresas no Rio mas continuamos a nos ver, a sempre recordar as mesmas estórias, a falar dos filhos, a jogar conversa fora de forma livre e sem compromisso.
Um de nossos elos é Carminha.
Eu , Alex V e Lula ( o do bem ) sempre a provocamos, lembrando de seu papel de organizadora de bate-papo.
Cabe a ela enviar os e-mails de "convocação" para nossos encontros etílicos culturais.
Não há quem negue um pedido de Carminha.
Porém, quando provocada, as vezes reage batendo com a bolsa ou com pequenos socos nos nossos braços.
Pois uma vez apareceu uma figura realmente diferente em um projeto na loja de departamentos.
Cabeleira e barba enorme, usando coturnos e casaco de soldado, me lembrava muito os malucos que vemos nos filmes americanos.
Tinha boa expressão em seu discurso.
Fora contratado para montar estrutura de ajuda on line no software de automação de lojas.
Carminha foi a administradora de dados alocada ao projeto, encarregada de validar a correta modelagem de informações.
O sujeito no caso gostava de conversar, dizia que para ele quem soube viver neste mundo foram os romanos, com seus festivais de comida , bebida e adoração a Baco.
No projeto a loja piloto era a localizada no Barra Shopping o que, sem as facilidades de conexão hoje existentes, nos obrigava a deslocamentos para atualização no local.
Carminha e o sujeito foram para a loja numa manhã, para acompanhar a instalação da primeira versão.
Eu estava na sede, no centro da cidade, quando Carminha me ligou.
Era necessária uma mudança, pedia-me se não poderia ir até a loja após efetuar uma mudança na base de dados, levando uma fita com a atualização.
Disse-lhe que não havia problema, marcamos de nos encontrar na loja por volta de 13 horas.
Dava tempo para ela ir almoçar enquanto eu me dirigiria para a Barra.
As 13 e 15 cheguei e nada de encontrar Carminha.
Comecei a fazer o backup para depois baixar a atualização.
Passavam das duas horas quando Carminha e o sujeito apareceram.
Disse-me que havia demorado porque o sujeito só sentou para almoçar após várias tentativas em vários restaurantes.
Em um o molho descrito no menu não era o correto, em outro as toalhas de mesa eram de papel , em um terceiro não havia a marca de água mineral que ele gostava e assim por diante.
Escutei quieto e resolvi provocar o espírito dela lembrando da adoração por Baco manifestada antes pelo consultor.
- É Carminha , os motéis da Barra não tem mesmo boa opção para almoço.
Disse isto já me levantando pois depois do grito de "Ely " a bolsa passou a dois dedos da orelha .





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