Vida em condomínio

Depois de muitos anos resolvi comparecer a uma assembléia de moradores do condomínio onde moro.
A assembléia havia sido convocada não respeitando alguns itens da convenção condominial e fui apenas para ver o que iria acontecer.
Não durou quinze minutos a reunião.
Logo após a leitura da pauta um senhor levantou a mesma questão de ordem que havia percebido e a assembléia foi cancelada.
Fiquei conversando com alguns moradores e de alguns deles colhi estórias de casos em condomínio.
Como a do Sr R que uma vez recebeu, logo de manhã cedo, um chamado de uma moradora.
R era o síndico do prédio onde morava e para ele a Sra pedia ajuda.
Após os cumprimentos de praxe, que iniciam toda conversa, a Sra começou a contar o que a afligia.
Tinha 62 anos, apesar das amigas e conhecidas lhe darem 55, o marido tinha 68, este sim estava com a aparência da idade que tinha.
A rotina do marido era jornal, televisão, sono , nada mais fazendo, repetindo os passos descritos pela manhã e à noite.
Ela levava vida mais ativa . Todo dia ia ao mercado pela manhã, cuidava do almoço, a tarde ia para a academia ou para a natação.
A noite lia um livro antes de se recolher onde já encontrava o marido a roncar.
R. pensava onde poderia ele ajudar neste caso todo.
Será que desejava a Sra que conversasse com o marido ?
Neste ponto ela formulou o pedido.
Conhecia ele um jovem casal que havia acabado de se mudar para o apartamento localizado acima do dela ?
Não conhecia uma morena de longos cabelos e um rapaz que parecia ainda ter espinhas no rosto de tão jovem ?
Pois ela depois de rotina tão ativa não conseguia mais dormir.
Toda noite, sempre no mesmo horário, percebia que o casal vizinho entregava-se a atividades físicas.
A morena devia ser espalhafatosa pois ouvia seus gemidos e a cama devia estar desalinhada pois batia no chão , reverberando o som pelo teto de seu quarto.
Podia ele R. conversar com o casal?
R. pensou na situação, como dizer isto sem ficar em posição vexatória.
Respondeu que não, sentia muito, mas nada no regulamento interno ou na convenção indicava que esta era uma ação que o síndico deveria tratar.
Como não , o que ela iria então fazer toda noite ?
Acorde seu marido respondeu R., talvez ele mude de rotina , e desligou .


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