Produto certo, nome errado


R. era o irmão mais velho de B. , personagem de outra crônica que já publiquei.
Quando tínhamos 18 anos R. tinha 26 anos, trabalhava no Serpro como operador .
Não havia iniciado uma faculdade, na verdade não tinha concluído o então na época  2º grau.
Vendo o irmão e os amigos deste cursando faculdades resolveu voltar a estudar .
Matriculou-se em curso em Botafogo que promovia o ensino do 2º grau em dois anos e fornecia, além disso, uma certificação em carreira técnica .
R. resolveu fazer o curso de técnico em administração .
Um final de semana a tarde, chegando a casa de B., encontramos R. reclamando e praguejando contra um professor que havia lhe dado nota muito baixa em um trabalho.
Perguntei o que tinha acontecido .
“Olhe, a matéria é marketing , o professor fxx$k444 passou um trabalho, individual, em que teríamos que criar um produto voltado para o grande público, de venda em massa , e para este produto elaborar o rótulo e sugerir uma estratégia de campanha de divulgação .
Ele disse para sermos criativos, considerar que qualquer inovação seria possível .
Pensando em mulheres, em como gastam em maquiagem e cuidados , pensei em um produto que seria sensacional “, me disse sorrindo e parou .
“O que é ? “  perguntei .
“Um colírio para mudar a cor dos olhos “, me disse com olhar triunfante .
“Quer olhos azuis , use o colírio para azul , quer sair com olhos verdes porque mais combina com seus cabelos loiros, use colírio para verde .....
Montei o desenho do frasco, do rótulo , de como a campanha deveria ressaltar a facilidade de uso , do ineditismo, etc .
Mas ele me deu nota 4.0 “
“Por que isso R. ? “ perguntei .
“O nome que dei para o produto .  Não gostou .”
“Dei o nome de Corolho “.

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