O jeito certo de falar

Estava no escritório da empresa e vi que precisava falar com o gerente de RH.
Na sala dele fui informado que ele estava no sala da gerente do departamento jurídico.
Lá chegando o encontro já de saída se despedindo da advogada.
Brinco com ele dizendo que é pessoa difícil de se encontrar, havia ido 2 vezes a sala dele não o encontrando.
Devia ele parar de agir assim e, ainda brincando, perguntei a advogada se não cabia um mandato de injunção para interromper este comportamento.
Ela , rindo, perguntou-me se havia estudado Direito pois volta e meia ao conversarmos percebia que usava alguns termos próprios do falar de advogados.
Retruquei que havia percebido há tempos que cada tribo de profissionais usa por vezes termos próprios, quase que para se determinar diferente, como os sinais secretos que maçons trocam entre si.
Como tenho boa memória guardo estes termos e assim brinco.
Uma vez indo visitar uma colega que havia passado por uma cirurgia cheguei já depois das 18 horas na entrada da casa de saúde onde ela estava internada.
Ao me ver o vigia disse que não podia entrar , estavam as visitas encerradas e não havia vaga disponível.
Mesmo para médicos perguntei, estava indo ver uma paciente que havia "feito " uma determinada alteração vaso constritora e estava internada.
Para médicos pacientes não "tem " , pacientes "fazem" determinada coisa.
O vigia não titubeou , abriu o portão e me indicou onde estacionar.
Cheguei com facilidade no apartamento para a visita.
Naquele hora , andando de paletó e gravata pelo hospital, estava na cara que eu era médico.
De outra feita estava no aeroporto de Recife aguardando a conexão para Maceió e resolvi andar pelo aeroporto.
Percebo um grupo de pessoas em volta de um oficial da FAB , vestido com uniforme de vôo, pedindo um jeitinho para embarcar no vôo já lotado que ia para o Rio.
Ao chegar perto reconheço o piloto, é Sergio, meu primo.
A dois passos do grupo falo em voz alta :
- Major, ainda não confirmei meu embarque, há algum problema ?
Surpreso ao meu ver ele embarca na brincadeira, presta continência e responde:
- Não senhor, estava aguardando sua confirmação senhor.
Deve ser uma autoridade,assim acredito que foi o que as pessoas pensaram, pois para mim se viraram a pedir o jeitinho para embarcar.
Respondo que o comandante do vôo é o Major, a ele cabe a decisão.
Peço licença e afasto Sérgio pelo braço do meio do grupo.
Mais afastados trocamos um abraço e ele me perguntou se queria mesmo ir para o Rio.
Permitiria que eu viajasse na cabine.
Disse-lhe que não, estava indo para Maceió, mas não podia perder a oportunidade de brincar com ele.

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