Salvando uma vida

Li no portal Globo.com matéria em que o cantor, rubro-negro e por isso também boa gente, Felipe Dylon narra o resgate em Ipanema de uma moça que não sabia nadar e passava dificuldade para sair da água.

Lembrei de duas situações que vivi.

Uma delas ocorreu na fazenda de meu tio em Conceição de Macabu.

Já falei desta fazenda num post sobre uma pescaria quando pensamos ter encontrado um jacaré.

Era um feriado prolongado e na fazenda estavam meus tios, minha prima Suzi, eu , minha irmã Jussara, meu cunhado Celmo , meu irmão Cláudio e uma amiga de Suzi , S. com o namorado.

Em outros feriados e períodos de férias já havia “ficado “ com S , não sabia o namorado dela desta situação, não estava ele presente.

A fazenda, cortada por rio de água transparente e limpa, tinha um trecho com uma praia pequena de areia branca.

Íamos muito para este local do rio.Tinha além disso, no canto da praia, uma pedra da qual pescávamos ou mergulhávamos pois ficava em trecho com profundidade de uns 2 a 3 metros.

A situação na fazenda estava engraçada, meu cunhado brincava comigo, me provocando para ficar com S quando o cara estivesse ausente.

Quem é corno mais de uma vez não se importa em ser mais, além disso ela não tira o olho de você, quando você passa ou chega ela sempre te acompanha com o olhar. Na mesa, mesmo ao lado do cara , já percebi mais de uma vez ela te dar uma encarada, vai lá , dizia-me ele.

Por respeito aos meus tios, sou da época em que respeito era coisa séria, nada fazia, já havia percebido os olhares de S. Não entendia como o namorado dela não havia percebido e não queria confusão.

Pois estávamos na praia do rio e o namorado de S, mesmo não sabendo nadar, ao me ver mergulhando da pedra resolveu fazer o mesmo.

Ainda lhe disse para não o fazer mas disse-me ele que iria mergulhar com força e o impulso o levaria para o trecho que dava pé.

Em pé na pedra assisti ao “mergulho “ e ao resultado.

Não avançou com o impulso nem 2 metros e ao tentar ficar em pé começou a se afogar.

Confesso que ainda fiquei olhando por um tempo pensando na besteira que ele havia feito, e o vi afundar e subir umas duas vezes.

Mergulhei e ao me aproximar dele cometi o erro que todo salva-vidas ensina a não cometer.

Cheguei de frente, não por detrás dele .

Ao me ver se agarrou em mim como se eu fosse uma bóia.

Afundamos juntos .

Ao voltar para tona, para me desvencilhar dele, acertei mais por sorte e desespero que qualquer outra coisa , um soco no queixo do rapaz, de baixo para cima, que o deixou grogue.

Passei para trás dele, com um braço firmei a gravata no pescoço e comecei a puxa-lo para sair.

Já estava com os dois pés firmes no chão, ainda puxando o sujeito, quando Cláudio apareceu nadando para ajudar.

Colocamos o sujeito de pé e o levamos para areia, a toda hora me dizia obrigado, obrigado ...

Nesta hora, com ele afastado, Celmo se chegou e disse-me sorrindo :

- Pôxa Tadeu , falei para você para pegar a mulher dele, não era para bater nele .

Rimos juntos e saímos da praia.

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