O dia foi da caça

Sempre gostei de pregar peças, brincar com meus amigos.
Aqueles mais próximos, amigos de décadas, sabem disto.
Mas as vezes acontece o dia da caça, não do caçador .
Eu na época trabalhava na indústria química baiana, com sede então no Rio de Janeiro.
M,amigo desde a época de UFRJ, da Escola de Química, ligou para a empresa me procurando .
J, a secretária, avisou que eu estava fora, viajando a trabalho, iria ficar fora ainda mais uma semana pelo menos.
Cinco minutos depois ele voltou a ligar, desta vez com voz afeminada, dizia ser meu professor de piano e balé,estava preocupado com minha ausência, eu havia deixado a malha e as sapatilhas na academia, queria saber se eu iria voltar as aulas.
Contava comigo para o recital de fim de ano.
J. me ligou as gargalhadas, não sabia que eu tinha aulas de piano e balé.
Na hora tive a certeza de quem havia passado o trote.
Era troco de pegadinha que tinha lhe passado.
Até aí tudo bem, aprendi com meus pais que galinha de casa não se corre atrás no terreiro, uma hora a gente pega.
Dias depois ainda na fábrica em Arempebe,Bahia, uma moça da fábrica pede para me falar.
Disse-lhe que entrasse e sentasse na cadeira em frente a minha mesa.
Perguntei em que poderia eu ajudar .
O pedido dela me fez rir muito .
"Olhe Ely, nós estamos montando um coral aqui na fábrica. Ensaiamos toda 3a e 5a feira . Soubemos que você toca piano muito bem, será que poderia nos ajudar ? ".
A estória havia se espalhado, chegado até a fábrica .

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