Imigração em Aeroportos

Li no jornal de domingo matéria em que um jornalista descreve situação em que teve que ficar nu para conseguir entrar na Suécia.

Por tal situação nunca passei mas com cara e jeito de latino aprendi que falar de maneira gentil e atenciosa é sempre a melhor maneira de quebrar desconfianças e assim, as vezes, ganhar um sorriso de quem te examina.

Como uma vez passando pela imigração americana ainda em área no aeroporto de Montreal voltando para NY.

A oficial do Homeland Security Department era uma senhora negra , com grandes brincos nas orelhas , que me recebeu com um cumprimento protocolar.

- Boa tarde , para onde está indo ?

Meu passaporte e cartão de embarque já estavam em suas mãos .

- Boa tarde senhora, vou para NY .

- NY , o que está acontecendo em NY ?

- Olha , algumas peças e shows muito interessantes estão na Broadway mas infelizmente tenho uma reunião no escritório de minha empresa antes de voltar para o Rio. Assim não vou fazer nada de bom mesmo.

- Sua empresa ? Onde você trabalha ?

- Em uma rede de joalherias brasileira , uma das quatro maiores redes do mundo, tem escritório na 5ª avenida . Aliás seus brincos são bonitos.

O sorriso veio na hora junto com a despedida .

- Meu marido os comprou para mim , tenha uma boa estada e faça uma boa viagem .

No aeroporto , no Rio , antes de embarcar para os Eua em outra vez , a funcionária da companhia americana de aviação ao pegar e examinar meu passaporte , durante o questionário sobre quem arrumou a bagagem , quem a transportou , etc me perguntou:

- O que você foi fazer em Israel ?

- Olha isto parece pergunta de filme. Se fosse um filme era a deixa para falar que era segredo e não poderia nunca te contar . Mas como não é filme fui a trabalho mesmo.

Sorrindo me devolveu o passaporte e me encaminhou para o check-in.

Nada disso entretanto funcionou quando desembarquei uma vez em Paris para escala de vôo com destino a Tel Aviv . Na saída do finger, no início mesmo da área de desembarque, uma gendarme me pede o passaporte que entrego junto com o cartão do próximo vôo que iria pegar. A pergunta que me faz em francês respondo com a frase, em francês, que sempre digo nestas horas.

- Não falo francês , você fala inglês ?

A resposta foi um Oui meio titubeante e me logo me pergunta algo que entendo ser para onde vou .

- Tel Aviv , tenho uma conexão para fazer daqui a uma hora .

- Tel Aviv ?

- Sim, Tel Aviv .

Para minha surpresa manteve meu passaporte e cartão junto com outros que já tinha em mãos e apontou para um recuo onde outras pessoas esperavam .

Não entendi o que aconteceu mas para a direção que apontou me dirigi.

Lá encontro um casal jovem , vestidos de jeans e camisetas, e pelo menos três travestis.

Entendi de imediato , ela não entendeu o que lhe disse e me juntou a aqueles que julgava ser passageiros tentanto imigração ilegal .

Ainda a chamo mas não me dá atenção.

Fiquei preocupado , não podia perder a conexão.

Para minha sorte vejo outro gendarme se aproximando e a ele me dirijo :

- Por favor senhor , tenho uma conexão de outro vôo que sai em menos de uma hora e sua colega policial está com meu passaporte e cartão de embarque . Pediu que aqui ficasse.

Ele pareceu compreender o que disse e me pergunta em bom inglês ;

- Para onde vai senhor ?

- Tel Aviv ,Israel , não vou permanecer em Paris .

- Para Tel Aviv ? Porque ela pegou seu passaporte ?

- Não sei senhor , o senhor poderia me devolver meu passaporte e cartão de embarque ?

- Por favor espere.

Ele se dirigiu a policial e claramente escuto Tel Aviv , Israel quando para mim aponta .

Ela então procura e lhe entrega meu passaporte e cartão que logo me são devolvidos.

Agradeço ao gendarme e apressado busco a saída , o grupo de travestis atrás de mim já estava maior .

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